A desigualdade social



Aluna : Cledinéia da Silva Matias

Resumo crítico: A desigualdade social

HOLLANDA, Chico Buarque de. O meu guri. In: Almanaque. Rio de Janeiro: Ariola/Philips, 1981.

A música “O meu guri”, do álbum Almanaque, do compositor Chico Buarque de Hollanda, relata a história de uma mãe e seu filho, nascido em uma época de muita dificuldade numa comunidade carente do Rio de Janeiro. Diante de tantas limitações impostas pela pobreza, a mãe criou o filho como podia. O cenário não era o melhor para educar um filho, mas era o que tinha para oferecer. O menino cresceu em meio a criminalidade, mas prometeu para mãe que um dia chagava lá. Com o passar do tempo, começou a trazer presentes, que a mãe pensava ser do esforço do seu trabalho. Todos os dias eram novos presentes, joias e bolsas com todos os objetos pessoais dentro. Certo dia levou até um documento, que ela usou para se identificar. A mãe era só amor pelo filho, que pensava ser um trabalhador. E ele não parava de levar coisas, cada dia uma diferente, para aumentar mais o orgulho da mãe por ele. Ela tinha muita preocupação com o filho, rezava para que ele chegasse a salvo em casa. Não via quando o rapaz saía de casa, pensando que ele ia trabalhar. De repente, em uma notícia no jornal, o retrato do filho estampado. Caído no meio do mato, o rapaz havia morrido. A mãe não entendia o que havia acontecido, apenas acreditava que o menino tinha conseguido renome. Sempre acreditou no filho, que dizia que um dia chegaria lá. Por outro lado, a professora Maura Roberti, em seu artigo “O menor infrator e o descaso social”, discorre sobre o mesmo tema, com uma abordagem mais técnica. A autora relata a realidade social e econômica da população, suas mazelas e a desigualdade social. A autora enfatiza que a realidade que envolve o menor infrator é muito mais complexa do que possa parecer. Ela aborda, entre outros temas, o abandono dessas crianças, tanto pelos familiares, quanto pela sociedade. Nessa linha, aponta também vários problemas sociais, falta de políticas públicas voltadas para a educação, inserção social, entre outras. Ainda questiona a participação da mídia no agravamento do quadro de marginalização desses menores, com críticas demasiadas e a falta de apoio para a elaboração de medidas que acabem com essa situação. Por fim, aponta a necessidade de atacar as causas e não os efeitos dessa marginalização infantil. Apesar de abordarem o tema de maneira diferente, podemos observar que as causas apontadas para a marginalização aparecem em ambos os textos. A falta de estrutura familiar, de políticas sociais, os meios de comunicação, e todas as mazelas que envolvem a realidade da criminalidade infantil. Sem resolver estas questões será impossível evitar a onda crescente de crimes envolvendo menores. É preciso ir fundo nas causas, estabelecer políticas contínuas de apoio às famílias em situação de vulnerabilidade social, apoiar projetos culturais e educacionais que afastem esses menores das ruas. Porém, nenhuma dessas políticas será eficiente se toda a população não estiver envolvida, sem que as autoridades competentes tomem as medidas necessárias para tirar essas famílias da situação de risco social em que vivem. É direito de todo o cidadão ter uma vida digna.

ROBERTI, Maura. O menor infrator e o descaso social. Disponível em: http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/6/O-menor-infrator-e-o-descaso-social. Acesso em: 05/jun/2014.

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