O menor infrator, de 1937 até os dias de hoje
Aluna:
Bruna Venâncio
Resumo
acadêmico crítico: O menor infrator, de 1937 até os dias de hoje.
HOLLANDA,
Chico Buarque de. Pivete. Rio de
Janeiro: Polygram/Philips, 1978.
A
música ‘’Pivete’’, composta por Chico Buarque e Francis Hime, retrata a vida de
uma criança que vive nas ruas do Rio de Janeiro. Ele trabalha para ganhar
dinheiro, vendendo bala nos sinais e limpando os carros. Mas depois, no mesmo
dia o chamado Pivete se torna Mané. Comete delitos como assaltos utilizando
canivete e entra nas bocas para usar drogas. É um menino que sonha e gosta de
uma menina, mas a vida nas ruas é mais complicada do que se pensa. Ele é
confuso, apesar de trabalhar, rouba carros, anda na contramão e segue sempre
assim, na sarjeta. Na letra da música, pode-se entender que se retrata a vida
real de um garoto que vive nas ruas, não só do Rio de Janeiro, mas em todo o
Brasil. Vivendo nas ruas desde cedo não tem uma base de educação, portanto,
mesmo que venda balas para ganhar dinheiro, usa drogas e rouba. No início da
música, o nome dele é Pelé e tem as pernas tortas. Pode-se entender que este
menino tem um sonho, quem sabe de ser um jogador de futebol. Mas como uma
criança das ruas, sem uma base educacional e familiar consegue atingir um
sonho? De outra forma, mas acerca do mesmo tema, Maura Roberti, advogada,
mostra em seu artigo sua visão sobre o menor infrator. Roberti fala sobre o
livro Capitães de Areia, de Jorge
Amado, em que o problema do menor infrator já era discutido. A falta de
políticas sociais, a injustiça social, desestrutura familiar e crianças
abandonadas são apenas algumas das causas descritas por Roberti. As crianças
não têm uma imagem boa do adulto, e essa decepção lhes causa certa revolta. O
fato de não se sentirem inseridas na sociedade, não ter o que as outras
crianças têm, não estudar na mesma escola, essa diferença toda, principalmente
social, causa uma grande confusão. Por não terem quem as ensine e coloque
limites e por sentirem vontade de ter o que as outras têm, acabam por roubar. O
fato de não ter uma casa, e as más influências podem levá-las ao uso de drogas.
Mas o principal fator que influencia na vida de uma criança, segundo a autora,
é a base familiar, que, com certeza, resultará em seu comportamento. Pode-se
observar que o texto um, por ser uma música, não tem o mesmo espaço para
expressar a realidade. Pelo menos não da mesma forma que o texto de Maura
Roberti. Neste, a autora discorre sobre o problema e as possíveis causas. A
realidade da época em que foi escrito o livro de Jorge Amado não é diferente de
hoje, ao contrário, sabe-se que piorou. O Estado é omisso, não enxerga as
pessoas que precisam de uma base educacional, de moradia, faltam empregos,
saneamento básico. Muitas famílias vivem em condições muito precárias, com
certeza, mais precária do que as que conhecemos pela mídia ou até pessoalmente.
Julgam-se as mães, as crianças, mas não é julgado o motivo e muito menos o que
fazer para que melhore.
ROBERTI,
Maura. O menor infrator e o descaso social. Disponível em: http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/6/O-menor-infrator-e-o-descaso-social
Acesso em: 14 jun. 2014.
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