RESENHA CRÍTICA: LIDANDO COM A PSICOPATIA
Nayara da Costa Magdalena[1]
O filme "Precisamos falar sobre
Kevin" foi dirigido por Lynne Ramsay, sendo lançado nos cinemas no inicio
de 2012. Trata-se de uma ficção que destaca a história de um garoto que desde
pequeno possui comportamentos de crueldade tornando-se 6tum psicopata
futuramente.
Lynne Ramsay, diretora de cinema escocês, nascida em
Glasgow, graduou-se no Reino Unido em 1995, e logo após entrou no National Film
and Television School onde se tornou especialista em fotografia e direção.
Dirigiu e escreveu filmes como Penas Mortes, Caçador de Ratos e Precisamos
falar sobre Kevin. Suas obras costumam
refletir assuntos polêmicos, marcados por um encantamento com jovens
insolúveis, utilizando temas de dor, morte e culpa.
O filme começa a se desenvolver através de
cartas nas quais a mãe de Kevin escreve para o pai do mesmo, que permanece um
mistério até o final da trama. A história se passa de acordo com os pensamentos
e lembranças de Eva Katchadourian (mãe de Kevin), relatando em cenas o seu
passado e presente. Mostra como era
enorme a crueldade de Kevin desde criança, quando seu pai, Franklin, compra um
arco e flecha de brinquedo para ele, no qual mira na própria mãe. Mais alem, o
pai de Kevin compra flechas profissionais para o garoto. Com o passar do filme, sua irmã fica cega de
um olho, no qual mostra em uma conversa entre seus pais em que sua mãe diz que
tem certeza que o garoto seria o culpado. O pai de Kevin, no entanto,
desconsidera essa hipótese. Certo dia, Eva é avisada que estava ocorrendo um
assassinato na escola de seu filho, então ela, vai correndo para o local, e
descobre que o assassino era seu próprio filho. Kevin após ter planejado e
cometido toda a chacina, ainda matou seu pai e sua irmã com flechadas na
varanda de casa.
É um filme, de difícil compreensão no
começo, que transmite uma mensagem sobre o sofrimento de uma mãe ao ter um
filho que possuía uma mente doentia desde pequeno causando sofrimento a ela por
toda vida.
Já o filme “As duas faces de um crime”
dirigido por Gregory Hoblit, é uma ficção, que trata de uma realidade. Relata a
história de um garoto que a principio sofria de dupla personalidade, que
mostrava um lado bom e um totalmente cruel. Em alguns momentos usa de uma
linguagem mais específica com terminologias jurídicas, no entanto de fácil
compreensão.
Gregory Hoblit, nasceu em Abilene, é
diretor e produtor de filmes nos quais foi ganhador de nove prêmios. Muito do trabalho de Hoblit é orientada
para a polícia , advogados e processos . Foi diretor de filmes como Derrotados,
Freqüência e A Guerra de Hart.
O filme se inicia quando um advogado
muito famoso decide defender gratuitamente um jovem coroinha acusado de
assassinar de um arcebispo muito conhecido. Durante as suas investigações
pessoais, Martin Vail (advogado) descobre o lado obscuro do religioso.
Conseguiu então uma fita de vídeo que mostrava cenas pornográficas feita pelo
arcebispo, envolvendo seus coroinhas e a namorada de um deles. O advogado vai
atrás de mais provas que comprove para o Tribunal do Júri que seu cliente é
inocente. Assim, arruma uma medico perito e o leva até o réu, no qual filma
todas as conversas, chegando à conclusão que seu cliente sofre de dupla
personalidade. No Tribunal, o advogado faz com que a promotoria faça perguntas
ao seu cliente. Vail já sabia o que iria
acontecer, até que depois de muita provocação, Aaron Stampler se descontrola e
ataca à promotora. Assim o réu engana a todos, sendo considerado pelo Tribunal
do Juri como um portador de Transtorno Dissociativo de Identidade.
Os dois Autores, embora tenham suas
peculiaridades, abordam a mesma questão, crimes cometidos por pessoas que a
principio sofrem algum distúrbio psicológico. Lynne Ramsay, através de um filme
demonstra as características de um psicopata. Ao passo em que Gregory Hoblit
através de outro filme explica as características de uma pessoa que sofre de
dupla personalidade.
O filme de Ramsay traz uma crítica a
fatos semelhantes ocorridos em escolas americanas. No entanto, mostra uma
situação não comprovada cientificamente de crianças já apresentarem sintomas de
psicopatia. O filme “Precisamos falar sobre Kevin” é de difícil compreensão,
por isso é preciso atentar-se à mensagem que o Autor deseja transmitir e seu
aspecto psicológico.
A obra de Hoblit, em concordância
apresenta fatos reais de pessoas que fingem ter um distúrbio neurológico para
retirar sua pena. No entanto, o garoto apresentado no filme fingia possuir
transtornos de dupla personalidade, quando na realidade seu distúrbio era
psicopatia. O filme “Duas faces de um crime” apresenta uma linguagem formal,
porém se faz compreensível. É uma obra voltada para os acadêmicos de direito e psicologia,
e sedentos de conhecimentos que precisam entender o papel do direito de acordo
com a realidade psicológica.
REFERÊNCIAS
Precisamos
falar sobre Kevin.
Direção de Lynne Ramsay. EUA : PARIS FILMES, 2001.
Duas faces
de um crime. Direção
de Gregory Hoblit. EUA : PARAMOUNT PICTURES, 1996.
Comentários
Postar um comentário