RESENHA CRÍTICA: O DIREITO AO ACANCE DE TODOS
Juliana
Chamberlain de Oliveira Silva[1]
O filme “Precisamos falar sobre Kevin”, da cineasta Lynne Ramsay, conta a
história de uma mulher que tem problemas com seu filho primogênito Kevin, o
menino desde criança apresenta comportamentos estranhos e agressivos. O filme é
baseado no livro com mesmo nome da escritora Lionel Shriver.
Lynne Ramsay estudou fotografia e
entrou no Film and Television School, onde
se especializou em fotografia e direção, seus filmes são
marcados pela fascinação com crianças e adolescentes e os temas decorrentes de
dor, culpa, morte e as suas consequências. O filme é de fácil entendimento,
porém como a autora se utiliza de flashbacks
o que pode dificultar um pouco a sua compreensão.
A cineasta mostra a historia de uma
mulher e o filme se passa mostrando suas lembranças do passado, onde seu filho
Kevin desde bebê mostra um comportamento estranho. Quanto mais o garoto cresce
mais suas atitudes vão despertando a desconfiança de sua mãe. Então já
adolescente o garoto que sempre pareceu sofrer de uma doença mental que
distorcia seu comportamento, comete um crime, mata o pai, sua Irmã mais nova e
colegas de escola a flechadas, esporte que praticava desde criança
O filme conta uma historia fictícia
baseada em um romance, e faz o uso de lembranças da atriz principal para contar
a história, e assim volta para o passado e vai para o presente durante todo o
filme, e tem uma hora e cinqüenta minutos de duração.
O texto “Limite
entre doença mental e violência desafia ciência” escrito
por Hewdy Lobo Ribeiro e Aline Celestino Baptistão, aborda
o tema de um modo mais acadêmico, nesse texto os autores explicam a relação do
direito penal com a psicologia quando se trata
de pessoas com problemas mentais. O texto tem uma linguagem fácil e não é
difícil de compreender
Hewdy
Lobo Ribeiro é um renomado médico Psiquiatra Forense formado pela universidade
de São Paulo. E Aline Celestino Baptistão possui graduação em
Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atualmente é psicóloga
especializada em adultos e adolescentes.
Os autores explicam
que pessoas com doenças mentais no Brasil que cometerem crimes têm que ser
julgadas pelo art. 26 do código Penal. E explicam também que diferentemente do
que muitas pessoas pensam não são todos os doentes mentais que saem atacando as
pessoas na rua. Ainda dizem que antigamente as pessoas com problemas de saúde
mental eram descriminalizadas muito mais e tinham que ser afastada da sociedade
não importando se teriam tratamento ou não.
O texto tem uma página e meia, e faz
uma analise sobre o direito a psicologia com objetivo de proporcionar
aprendizado e explicar como a lei Penal se aplica para as pessoas com doenças
mentais que vão contra ela.
Apesar do filme e do texto abordarem
o mesmo tema o filme tem como objetivo agradar seu público e o fornecer além de
informação entretenimento, enquanto o texto visa passar informações de forma
mais didática. Ente as diferenças entre o filme e o artigo é que a situação do
filme acontece em outro país além de ser fictícia enquanto o texto aborda dados
concretos que acontecem no Brasil.
O filme “Precisamos falar sobre
Kevin” mostra a difícil “realidade” de uma mãe para ligar com seu filho que
aparenta ter uma doença. Porém sem saber o que ele realmente tem fica difícil
de ela saber o que fazer. Tudo leva a crer que Kevin é portador de psicopatia,
apesar poder haver um problema nessa afirmação, pois ele demonstra sintomas
desde bebê o que é muito raro, se não impossível.
E o texto de Ribeiro e Baptistão demonstra
em seu texto que a pessoa portadora de uma doença mental pode ser considerada
inimputável ou ter sua pena reduzida frente à lei brasileira referindo-se ao
art. 26 do Código Penal.
O filme aborda um tema importante
para o âmbito do direito, porém ele mostra uma realidade de outro país e
consequentemente à realidade de outro direito. Já o texto mostra exatamente à
realidade do nosso país quanto à pena que possa ser aplicada para uma pessoa
que não tem consciência do que esta fazendo, e deixa claro que uma doença que
pode levar uma pessoa a cometer algo que normalmente não seria capaz de fazer
tem que ser tratada e não punida por um ato que nem sabe diferenciar se é certo
ou errado.
O filme pode ser indicado a qualquer
pessoa que busque entretenimento, ou informação desde que acompanhado de outra
fonte de pesquisa e o texto a acadêmicos de psicologia ou direito, pois é um
ótimo texto para buscar informações e aprendizado.
REFERÊNCIAS
Precisamos falar sobre Kevin. Direção de Lynne Ramsay. EUA : PARIS FILMES, 2001.
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