RESUMO ACADÊMICO CRÍTICO: ANÁLISE DAS MÚSICAS "O MEU GURI" E "DESCULPA MÃE"
Tayná Beatriz S. Alves
Resumo acadêmico crítico: Análise das músicas “O meu Guri” e
“Desculpa mãe"
HOLLANDA, Chico Buarque de. Almanaque. Rio de Janeiro :
Ariola/Philips, 1981.
O compositor Chico Buarque de Holanda, em sua música “O meu guri”
conta a história de um garoto, tendo como eu-lírico a mãe do mesmo. Vivendo na
pobreza em uma favela qualquer, a mãe conta um pouquinho das dificuldades da
vida deles e o intenso desejo do jovem garoto de sair daquela triste situação.
A partir da segunda estrofe, as coisas começam a mudar e de maneira implícita
os versos dão a entender que para sair daquela situação o garoto entra para a
vida do crime. Em nenhum momento fica evidente que a mãe sabe do “ofício” do
filho, cabe ao leitor/ouvinte interpretar. Na ultima estrofe da música, o menino
morre e tem a sua foto estampada no jornal. A mãe sofre inconformada e não
entende o porquê do alvoroço pela morte de seu filho. Já na música “Desculpa
mãe”, composta por integrantes do grupo de rap Facção Central, o eu-lírico é um
filho que vive na criminalidade e pedindo perdão à sua mãe, de alguma forma a
homenageia. O rapaz fala sobre as dificuldades e lutas de sua mãe contando o
descaso que fazia sobre isso. Virou ladrão, matava a sangue frio, e não deu o
orgulho que ela esperava. A pobre senhora fazia de tudo pelo criminoso, desde
procurá-lo em lugares perigosos por preocupação e até levar cigarros e
alimentos na cadeia. Certo dia, a mãe foi atrás do rapaz e acabou não
aguentando, sofreu um ataque cardíaco de tantas preocupações. E seu filho, muito
arrependido, pede desculpas a ela durante toda a música. Percebe-se que as duas
músicas se tratam de um mesmo tema, a criminalidade devido à desigualdade
social. Chico Buarque aborda o tema de maneira culta, com uma linguagem sutil e
mensagens nas entrelinhas. Já os integrantes do grupo Facção Central contam
esse drama com uma linguagem típica dos moradores da favela que quase não têm
instrução e usam muitas gírias. Infelizmente esse tema se trata de uma
realidade forte do Brasil. A falta de oportunidades e estudos desencadeia a
criminalidade nas periferias do país. Mostrar a realidade em composições
artísticas pode ser chocante para uns, porém é um grande passo para a
conscientização da população sobre esses problemas, e o início de uma
mobilização nacional para encontrar a solução e erradicar esse triste problema
social.
CARDIM, Mauro. A Marcha
Fúnebre Prossegue. São Paulo: Ouver Records, 2001.
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