RESENHA INFORMATIVA: MANUAL DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Marcela Albuquerque[1]

         Os seis primeiros capítulos do livro Manual de Direito Internacional Público, dos autores Geraldo E. Do Nascimento e Silva e Hidelbrando Accioly, em sua 14ª edição, publicado pela editora Saraiva, de São Paulo, no ano de 2000, tratam de uma análise sobre a origem e a evolução do Direito Internacional Público. Apresentam visões de diferentes autores para tentar explicar qual seria o objeto de estudo desse importante ramo do direito. Também se discutem quais seriam as suas principais fontes e de onde surgiu a atual nomenclatura utilizada para definir a matéria.
       Geraldo E. Do Nascimento e Silva é embaixador e presidente da Sociedade Brasileira de Direito Internacional. Também é presidente de Honra do Ramo Brasileiro da International Law Association e antigo professor do Instituto Rio Branco, da Università “Pro- Deo” de Roma. Já Hildebrando Accioly é professor catedrático da Universidade Católica de São Paulo, embaixador e antigo consultor jurídico do Ministério das Relações Exteriores.
        No texto analisado, os autores utilizam uma linguagem bem simples, objetiva e concisa, para conduzir o leitor pela história do Direito Internacional. Os primeiros resquícios desse direito surgiram na região da antiga Mesopotâmia. Nessa época, a sua função era apenas de regular a convivência dos povos que ali se fixaram, o que reduzia consideravelmente o seu campo de atuação. Foi somente após o Tratado de Vestefália que o Direito Internacional conseguiu tomar as proporções que tem atualmente. Durante o período da Primeira e a da Segunda Guerra Mundial ele foi de enorme importância para a obtenção da Paz, e hoje, em pleno século XXI, tornou-se essencial para a preservação da política de boa vizinhança desenhada pelos países modernos.
É por isso que a corrente majoritária descreve o objeto do Direito Internacional como sendo o estabelecimento de segurança entre as nações. Quanto à questão de sua nomenclatura, os autores explicam que essa expressão foi proposta por Jeremias Bentham, em 1780, e que se consagrou rapidamente, sendo inviável uma substituição de terminologia nos dias de hoje, como propõem alguns autores.
Outro ponto discutido é sobre as fontes que determinariam a criação do Direito Internacional e de suas obrigações. Apesar de sempre citarem-se, como primeiras fontes, os tratados firmados entre os Estados-Nação, não são somente estes os meios que estão aptos para alcançar tal objetivo. As convenções internacionais e os princípios gerais do direito, reconhecidos pelas nações civilizadas, possuem a mesma importância que os tratados dentro do ordenamento jurídico internacional.
     O texto abordado tem quarenta páginas e é dividido em seis capítulos: “Definição e denominação”, “Desenvolvimento histórico”, “Fundamento do Direito Internacional”, “Fontes do Direito Internacional”, “Os tratados” e “O costume internacional”. Sendo que os capítulos 2 e 5 são divididos em quatro e sete seções, respectivamente.
     Com sentenças de fácil compreensão o texto aborda fatos e conceitos imprescindíveis para a correta aplicação do direito internacional, algo importante para quem quer aprender mais sobre essas delicadas relações. É uma leitura rápida e enriquecedora, sem muitos conceitos técnicos que possam impedir a compreensão do tema ou dos ideais propostos pelos autores. Além disso, as divisões e subdivisões auxiliam no entrelace das ideias, impedindo que o leitor se perca e permitindo consultas rápidas sobre determinados tópicos.
     Para compor sua obra os autores utilizam a metodologia bibliográfica e seguem a linha de pensamento de autores famosos como Jorge Americano, Antônio de Vasconcellos Menezes de Drummond e René-Jean Dupuy.
     Convém ressaltar que o livro é indicado para alunos que iniciaram recentemente os estudos sobre o direito internacional e para os profissionais dessa área que queiram rever alguns conceitos e definições fundamentais.

REFERÊNCIA
ACCIOLY, Hildebrando; NASCIMENTO E SILVA, Geraldo E. Do Manual de Direito Internacional Público. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2000, p.1 - 40.



[1] Acadêmica de Direito da Faculdade Dom Bosco.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

“Pivete”

Fichamento informativo “Pré-socráticos: físicos e sofistas”

Fichamento de comentário "Primeira lição sobre direito"